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Crise do Feudalismo - Séculos XIV e XV


Durante os séculos XV a XVIII, a Europa passou por transformações que, em conjunto, fizeram o movimento de transição do feudalismo para o capitalismo. O processo foi longo e a mudança não ocorreu em todos os países ao mesmo tempo – na Inglaterra foi no século XVII, na França feudal no século XVIII, e em outras no século XIX.
Fonte: Google Images

O feudalismo era um modo de produção, onde o trabalho era exercido em propriedades de nobres, ou do clero, chamadas de feudos. A vida era baseada na agricultura de subsistência, onde trabalhavam os servos no sistema de vassalagem.
Vassalo era quem devia “favores” a alguém mais nobre. O servo era vassalo do senhor feudal, então deveria trabalhar nas terras deste em troca de moradia e segurança, afinal os tempos eram difíceis para uma pessoa sem protetor. Além disso, o servo deveria pagar altas taxas de impostos para, praticamente, todas as coisas. Casos como nascimento, casamento e, até mesmo, a morte eram motivos para pagar impostos.

Alguns pontos que justificam a crise do feudalismo:
- Superexploração feudal: alta taxa de nascimentos de ricos parasitas, dependentes de servos, aumentando, assim, o trabalho servil e baixando o nível de subsistência dos servos.
- Revoltas camponesas e urbanas: O aumento da miséria dos camponeses os deixou desesperados. Na França as revoltas eram chamadas de Jacqueries (jacques era o modo depreciativo que os nobres chamavam os camponeses). Na Jacquerie de 1358 foram mortos 20 mil camponeses.
- Retratação econômica e crise demográfica: fenômenos naturais, como resfriamento e chuvas contínuas, levaram à falta de adubo e menor produtividade do solo. Os europeus tiveram que conviver com a fome. Somado a isto, houve a Peste Negra (após 1348), onde um terço da população foi dizimada. Consequentemente, houve baixa no nível de consumo, alta do preço de itens básicos (principalmente alimentação), e baixa em produtos não essenciais. Com a ruína de vários senhores feudais, alguns mercadores passaram a comprar terras de nobres falidos, enquanto estes últimos tentavam assalariar sua mão de obra, em uma última tentativa de salvar suas propriedades e retrair os compradores. Porém, com as constantes desvalorizações monetárias, os rendimentos da nobreza perdiam seu valor aquisitivo.
- Crise político-militar e social: Houve o crescimento da burguesia e da vida urbana, chamando os camponeses e “marginais” da ordem feudal. Somado a isto, houve a centralização do poder monárquico.

Com o crescimento da burguesia houve a formação das cidades onde, inicialmente, mercadores itinerantes formavam os burgos nos entroncamentos das estradas entre os feudos, pontos de passagem obrigatória.
Vale lembrar que a crise do modo de produção essencialmente interna e não externa. As revoltas camponesas aconteceram devido à superexploração e não algum fator externo. Além disso, a estabilização da sociedade camponesa foi lenta.

Curiosidade: Foi neste período que surgiram as armas de fogo com pólvora, a bússola e a imprensa.

Leitura de apoio:
Renato Janine Ribeiro. A etiqueta no Antigo Regime. 2.ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.
Camila

Camila

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